O Brasil celebra um marco sanitário significativo: a recuperação de seu status como país livre da influenza aviária de alta patogenicidade. Essa conquista foi oficializada em meados de maio de 2025, após o cumprimento rigoroso dos protocolos internacionais da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), que incluíram um período de 28 dias sem novos registros da doença em granjas comerciais, seguido do encerramento do vazio sanitário. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) comunicou formalmente a condição à OMSA, reafirmando o compromisso do país com a biosseguridade e a transparência em suas ações sanitárias.
Apesar da rápida resposta e controle do surto, que detectou o primeiro caso em uma granja comercial em Montenegro, Rio Grande do Sul, em meados de maio de 2025, a repercussão internacional foi imediata. Cerca de 17.000 aves foram sacrificadas, e medidas de contenção rigorosas foram implementadas, incluindo uma zona de vigilância de 10 quilômetros e inspeção em mais de 500 propriedades rurais próximas. Inicialmente, 24 países impuseram restrições comerciais à carne de frango brasileira, com 21 mantendo-se até junho de 2025. Países como China, União Europeia, Coreia do Sul, Chile, Canadá e África do Sul impuseram proibições totais, enquanto outros, como Reino Unido e Cuba, restringiram apenas as importações do Rio Grande do Sul. A suspensão da China, por exemplo, poderia custar ao Brasil cerca de US$ 100 milhões por mês.
A autodeclaração e a eficácia na contenção da doença são passos fundamentais para a reabertura e normalização das relações comerciais, especialmente considerando que o Brasil é o maior exportador global de carne de frango, com um valor de exportação de mais de US$10 bilhões em 2024, respondendo por 35% do comércio global. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) expressou otimismo quanto à retomada plena do fluxo comercial. O consumo de carne de aves e ovos permaneceu seguro, sem casos de gripe aviária em humanos no Brasil, o que reforça a robustez do sistema de defesa sanitária animal e a importância de manter a biosseguridade em todas as etapas da cadeia produtiva.
Fonte:
AGENCIA GOV. Brasil se declara livre da gripe aviária após fim do vazio sanitário. Disponível em: <https://agenciagov.ebc.com.br/noticias/202506/brasil-comunica-a-omsa-o-fim-do-vazio-sanitario-e-se-autodeclara-livre-da-gripe-aviaria>. Acesso em: 23 jun. 2025.
DAVID@AGRINEWSGROUP.COM. Brazil controls Bird Flu outbreak, trade bans persist. Disponível em: <https://avinews.com/en/brazil-controls-bird-flu-outbreak-trade-bans-persist>. Acesso em: 23 jun. 2025.
PRESS, A. Brazil confirms its first bird flu outbreak in a commercial poultry farm. Disponível em: <https://apnews.com/article/brazil-bird-flu-outbreak-commercial-poultry-857151a8155775941f8fa563d88a9ce2>. Acesso em: 23 jun. 2025.
Uma importante vitória para os produtores rurais foi a derrubada dos vetos à Lei do Autocontrole (Lei 14.515/2022) pelo Congresso Nacional, ocorrida em 20 de junho de 2025. Esta medida garante aos agricultores o direito de produzir e utilizar bioinsumos próprios em suas propriedades (“on farm“) sem a necessidade de registro, desde que não sejam comercializados. A decisão é um avanço significativo para a autonomia e a sustentabilidade no campo, desburocratizando processos e incentivando a adoção de práticas agrícolas mais verdes, beneficiando principalmente pequenos e médios produtores.
A produção de bioinsumos na fazenda oferece uma alternativa complementar aos insumos químicos, contribuindo para a redução de custos e para a promoção de uma agricultura mais sustentável. O mercado de bioinsumos no Brasil está em franca expansão, impulsionado principalmente por biofungicidas, bionematicidas e bioinseticidas, que juntos representam mais de 80% do mercado de biodefensivos. As projeções indicam que o setor pode crescer mais de 20% em 2025, com uma receita esperada que ultrapasse R$9 bilhões até 2030, demonstrando o crescente interesse e a adoção dessas soluções biológicas.
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e associações do setor celebraram a derrubada dos vetos, destacando que essa flexibilização representa um passo firme na consolidação de uma agricultura brasileira mais eficiente, segura e alinhada com as necessidades do setor. A senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura, afirmou que a nova legislação “veio para desburocratizar e facilitar a vida do produtor, sem comprometer a segurança sanitária do país”. A ampliação do uso de bioinsumos produzidos diretamente nas propriedades fortalece a cadeia produtiva e fomenta a resiliência dos sistemas agrícolas, consolidando o país como referência em sustentabilidade no agronegócio.
Fonte:
AMORIS, V. Produção de Bioinsumos On Farm e urgência de nova legislação no Brasil. Disponível em: <https://www.agrimidia.com.br/negocios/economia/producao-de-bioinsumos-on-farm-e-urgencia-de-nova-legislacao-no-brasil/>. Acesso em: 23 jun. 2025.
Bioinputs market expected to grow more than 20% in Brazil in 2025. Disponível em: <https://news.agropages.com/news/NewsDetail—53196.htm>. Acesso em: 23 jun. 2025.
BROTO NOTÍCIAS. Congresso derruba vetos à Lei do Autocontrole e libera produção de bioinsumos on farm para uso próprio. Disponível em: <https://noticias.broto.com.br/economia-e-politica/congresso-derruba-vetos-lei-autocontrole-libera-bioinsumos-on-farm/>. Acesso em: 23 jun. 2025.
CEPEA. CAFÉ/CEPEA: EXPORTAÇÕES AVANÇAM SAFRA 24/25 RECORDES. 2025. Disponível em: <https://www.cepea.org.br/br/diarias-de-mercado/cafe-cepea-exportacoes-avancam-safra-24-25-recordes.aspx>. Acesso em: 23 jun. 2025.
Dados preocupantes continuam a indicar que a taxa de suicídio entre produtores rurais é significativamente superior à média nacional, atingindo o dobro em algumas regiões do país. Essa triste realidade expõe as complexidades e pressões enfrentadas por esses profissionais, que lidam diariamente com desafios econômicos, climáticos e sociais. Estudos e relatos de campo apontam para uma correlação entre o endividamento, as flutuações de mercado, a exposição a agrotóxicos e as condições precárias de trabalho como fatores que contribuem para o agravamento da saúde mental no setor, além do isolamento social e a falta de acesso a serviços de saúde mental.
A vulnerabilidade dos agricultores é intensificada por fatores como a imprevisibilidade do clima, que pode devastar lavouras e gerar perdas financeiras significativas, e as oscilações de mercado que afetam a rentabilidade. A pressão para manter a produção e honrar compromissos financeiros em cenários de incerteza gera um ambiente de estresse contínuo. Além disso, a dificuldade de acesso a serviços de saúde mental em áreas rurais, muitas vezes distantes de centros urbanos, e o estigma associado a transtornos psicológicos impedem que muitos produtores busquem a ajuda necessária, perpetuando um ciclo de sofrimento silencioso.
É crucial que a sociedade e as autoridades voltem sua atenção para essa questão. O agronegócio, pilar da economia brasileira, depende da saúde e bem-estar de seus trabalhadores. Iniciativas que promovam o acesso a crédito facilitado, programas de apoio psicológico e teleatendimento para áreas remotas, capacitação em gestão de riscos e a conscientização sobre a importância da saúde mental são urgentes. A expansão e o fortalecimento das Redes de Atenção Psicossocial (RAPS) no campo, juntamente com a promoção de redes de apoio comunitárias e a criação de políticas específicas para o setor rural, são passos essenciais para reverter esse cenário e garantir que aqueles que alimentam o país também tenham acesso a uma vida digna e com suporte adequado.
Fonte:
Estudos relacionam uso de agrotóxicos com suicídio de agricultores. Disponível em: <https://www.brasildefato.com.br/2016/10/05/estudos-relacionam-uso-de-agrotoxicos-com-suicidio-de-agricultores/>. Acesso em: 23 jun. 2025.
LUZ, L. S. et al. Brazilian Physicians Mental Health: A Cross-Sectional Nationwide Study exploring factors associated with prevalence of suicide planning and attempts. Brazilian Journal of Psychiatry, 2024
PEREIRA, T. Alarmante: Suicídios entre produtores rurais são o dobro da média nacional — CompreRural. Disponível em: <https://www.comprerural.com/alarmante-suicidios-entre-produtores-rurais-sao-o-dobro-da-media-nacional>. Acesso em: 23 jun. 2025.
O conflito entre Irã e Israel, intensificado a partir de junho de 2025, tem gerado impactos significativos e multifacetados no agronegócio brasileiro, levantando alertas importantes para toda a cadeia produtiva. Um dos principais efeitos imediatos está relacionado ao mercado de fertilizantes, um insumo vital para a agricultura moderna.
O Irã é um dos grandes fornecedores globais de ureia, componente essencial para a nutrição das plantas em culturas como milho, soja e outras commodities fundamentais para o Brasil. Com a escalada do conflito e a consequente paralisação da produção iraniana, houve um aumento abrupto nos preços da ureia no mercado internacional, que passou de US$398 para US$435 por tonelada em poucos dias, conforme dados da consultoria Argus. Essa elevação representa um custo adicional significativo para os produtores brasileiros, que já enfrentam desafios climáticos e de mercado, elevando os custos de produção e pressionando as margens de lucro.
Além do impacto nos fertilizantes, a tensão geopolítica também provocou alta nos preços do petróleo, o que repercute diretamente no custo da cadeia produtiva agrícola. O aumento no valor dos combustíveis afeta o transporte das matérias-primas, insumos e produtos finais, assim como o uso de maquinários agrícolas essenciais para o plantio, manejo e colheita. Em um setor que depende fortemente da eficiência logística, essa pressão inflacionária pode reduzir a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado internacional, especialmente em um momento em que o país busca ampliar suas exportações. Embora especialistas considerem que não há risco imediato de desabastecimento, a continuidade do conflito mantém em alerta produtores e distribuidores para possíveis restrições e volatilidades futuras.
Outro ponto crítico diz respeito à logística e às rotas comerciais. O Oriente Médio é um mercado importante para a exportação de produtos agrícolas brasileiros, como grãos e carnes. A instabilidade na região pode afetar o tráfego marítimo e aéreo, impactando a entrega desses produtos aos compradores internacionais. Além disso, a dependência do Brasil de insumos importados em meio a um cenário global conturbado torna o agronegócio vulnerável a choques externos, reforçando a necessidade de diversificação das fontes de fertilizantes e de estratégias para mitigar riscos geopolíticos. Em resumo, o conflito Irã-Israel coloca o setor agropecuário brasileiro diante de desafios que vão desde o aumento dos custos produtivos até as incertezas no comércio internacional, demandando uma atenção constante das autoridades, empresários e produtores para garantir a sustentabilidade e resiliência do agronegócio no médio e longo prazo.
Fonte:
EXAME. Conflito Israel x Irã mexe com o agro brasileiro e deixa produtores em alerta para a safra 2025/26. Exame, São Paulo, 19 jun. 2025. Disponível em: <https://exame.com/agro/conflito-israel-x-ira-mexe-com-o-agro-brasileiro-e-deixa-produtores-em-alerta-para-a-safra-2025-26/>. Acesso em: 22 jun. 2025.
TIMES BRASIL. O maior risco imediato é de alta nos preços, não de desabastecimento, diz analista sobre impacto de conflito Irã-Israel no agro brasileiro. Times Brasil, São Paulo, 19 jun. 2025. Disponível em: <https://timesbrasil.com.br/empresas-e-negocios/agro/o-maior-risco-imediato-e-de-alta-nos-precos-nao-de-desabastecimento-diz-analista-sobre-impacto-de-conflito-ira-israel-no-agro-brasileiro/>. Acesso em: 22 jun. 2025.
GLOBO RURAL. Conflito Irã-Israel: impactos no agro, petróleo, commodities e exportações. Globo Rural, São Paulo, 20 jun. 2025. Disponível em: <https://globorural.globo.com/economia/noticia/2025/06/conflito-ira-israel-agro-mercados-petroleo-commodities-exportacoes.ghtml>. Acesso em: 22 jun. 2025.
As oleaginosas camelina (Camelina sativa) e carinata (Brassica carinata) emergem como promissoras culturas para a produção de biocombustíveis avançados, especialmente o Combustível Sustentável de Aviação (SAF).
Essas plantas, que se destacam por sua rusticidade, adaptabilidade a diferentes condições climáticas e de solo e a capacidade de serem cultivadas em entressafras ou terras ociosas, estão atraindo investimentos e parcerias estratégicas.
Um exemplo notável é a aposta da Repsol e Bunge na Europa, que transformam essas culturas em matérias-primas para combustíveis com até 90% menos emissões de carbono, evidenciando seu potencial na descarbonização do transporte.
A carinata, em particular, tem ganhado espaço no Sul e Sudeste do Brasil como cultivo de inverno, sendo menos exigente em água e mais resistente a geadas do que o trigo, tornando-a uma opção viável para a safrinha. Seus grãos são ricos em óleo, tornando-a uma matéria-prima ideal para o bioquerosene de aviação (SAF), que possui um ponto de congelamento muito baixo, essencial para o setor aéreo. Além dos benefícios energéticos, a carinata é uma cultura que contribui para a diversificação da produção e para a saúde do solo, pois suas raízes emitem substâncias que combatem os nematóides e aumentam a porosidade, funcionando como uma excelente cultura de cobertura. Empresas como a Nuseed já têm programas comerciais acelerados no Brasil, Argentina e Uruguai para a produção de carinata, buscando suprir a demanda por matérias-primas para SAF.
O potencial do Brasil no cultivo de carinata é vasto, especialmente em áreas já ocupadas por culturas como a soja, o que posiciona o país como um player estratégico na produção dessa planta para biocombustíveis. Para que o cultivo se torne ainda mais viável para os agricultores, é fundamental garantir canais de comercialização eficazes e competitivos, além de políticas públicas que incentivem sua produção e apoiem a transição para uma agricultura mais sustentável. Com a continuidade de pesquisas e investimentos, a camelina e a carinata podem se consolidar como culturas-chave para um futuro energético mais verde e para a descarbonização da aviação global, gerando, inclusive, renda adicional para os agricultores ao utilizar terras que ficariam ociosas.
Fonte:
AIR BP. Disponível em: <https://www.bp.com/en/global/air-bp/news-and-views/air-bp-news/the-future-of-sustainable-aviation-fuel-may-be-found-in-an-unexpected-place.html>. Acesso em: 23 jun. 2025.
Como a Carinata Está Transformando a Agricultura Brasileira e Abrindo Caminhos para o Biocombustível Sustentável de Aviação – Planeta Campo. Disponível em: <https://planetacampo.canalrural.com.br/noticias/como-a-carinata-esta-transformando-a-agricultura-brasileira-e-abrindo-caminhos-para-o-biocombustivel-sustentavel-de-aviacao/>. Acesso em: 23 jun. 2025.
EUROPA, NA. Repsol and Bunge bet on camelina and safflower for biofuels in Europe – Revista Cultivar. Disponível em: <https://revistacultivar.com/news/Repsol-and-Bunge-bet-on-Camelina-and-Safflower-for-biofuels-in-Europe>. Acesso em: 23 jun. 2025.
No primeiro trimestre de 2025, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro registrou um expressivo crescimento de 6,49%, conforme dados divulgados pelo CEPEA em parceria com a CNA. Esse desempenho demonstra o papel central do setor na retomada econômica do país, sendo o principal vetor de avanço do PIB nacional, que cresceu 1,4% no período. A agropecuária, isoladamente, apresentou alta de 12,2%, e sem esse desempenho o crescimento total do PIB brasileiro teria sido de apenas 0,9%.
A expansão do agronegócio foi puxada tanto pelo ramo agrícola, que avançou 5,59%, quanto pelo ramo pecuário, com alta de 8,50%. O setor primário se destacou, com crescimento de 10,0%, sendo 10,78% na agricultura e 8,58% na pecuária. A cadeia de insumos também registrou aumento de 4,45%, influenciada pela maior demanda por fertilizantes e defensivos, enquanto a agroindústria cresceu 3,18%, com destaque para a pecuária processada, que subiu 8,29%. Os agrosserviços, por sua vez, avançaram 6,27%, refletindo a intensificação da atividade econômica no campo, com mais transporte, armazenagem, crédito e assistência técnica.
Esse resultado positivo foi influenciado por diversos fatores econômicos, entre eles os bons preços das commodities, como soja, milho, trigo, café e carnes, e a recuperação das safras em função de melhores condições climáticas. Com isso, estima-se que o PIB do agronegócio brasileiro alcance R$3,79 trilhões em 2025, sendo R$2,57 trilhões provenientes do ramo agrícola e R$1,22 trilhão do pecuário. A participação do setor no PIB nacional deve subir para 29,4%, o maior percentual desde 2003 e bem acima dos 23,5% registrados em 2024. Esses dados reforçam a importância estratégica do agronegócio como âncora de crescimento econômico e estabilidade para o Brasil.
Fonte:
CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO BRASIL – CNA. PIB da agropecuária cresce 12,2% no primeiro trimestre de 2025. Brasília, 2025. Disponível em: <https://www.cnabrasil.org.br/publicacoes/pib-da-agropecuaria-cresce-12-2-no-primeiro-trimestre-de-2025>. Acesso em: 22 jun. 2025.
CEPEA – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada. PIB Agro CEPEA: avanço do PIB do agronegócio atinge 6,5% no 1º trimestre de 2025. Disponível em: <https://www.cepea.org.br/br/releases/pib-agro-cepea-avanco-do-pib-do-agronegocio-atinge-6-5-no-1-trimestre.aspx>. Acesso em: 22 jun. 2025.
O avanço da colheita da safra 2025/26 tem provocado queda nos preços do café no Brasil, segundo análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Com o aumento expressivo da oferta no mercado, resultado da intensificação da colheita, os valores pagos aos produtores vêm recuando, em um movimento típico de pressão de oferta.
Nas lavouras de café arábica, a colheita já alcança entre 20% e 25% da produção estimada, enquanto, no caso do robusta, o ritmo é ainda mais acelerado, chegando a quase 50% da safra prevista. Esse avanço tem elevado rapidamente a disponibilidade do grão no mercado físico, tanto no arábica quanto no robusta, o que reduz o poder de barganha dos vendedores e pressiona os preços para baixo, especialmente em um contexto de demanda estável.
Reflexo desse cenário, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, voltou a operar abaixo de R$ 2.200 por saca de 60 kg nesta semana. No caso do robusta tipo 6 peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo, os preços também recuaram, sendo negociados abaixo dos R$ 1.300 por saca, patamar semelhante ao registrado em agosto de 2024.
Esse comportamento está diretamente ligado a fundamentos de mercado. Quando há um aumento acelerado da oferta, especialmente durante o pico da colheita, sem uma resposta equivalente da demanda, interna ou externa, os preços naturalmente se ajustam para baixo. Isso reflete a lógica básica da economia de mercado: maior disponibilidade de produto, em cenário de consumo constante, resulta em queda no valor negociado.
A tendência, segundo o Cepea, é que os preços sigam pressionados nas próximas semanas, caso o ritmo da colheita continue intenso e não haja mudanças significativas nos níveis de demanda. Apenas fatores como uma recuperação mais firme do mercado internacional ou eventos climáticos que afetem a oferta poderiam conter esse movimento de baixa.
Fonte:
CEPEA – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada. Café CEPEA: Avanço da colheita mantém preços em queda. Piracicaba, 18 jun. 2025. Disponível em: <https://www.cepea.org.br/br/cafe-cepea/cafe-cepea-avanco-da-colheita-mantem-precos-em-queda.aspx>. Acesso em: 22 jun. 2025.
CEPEA – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada. Café CEPEA: colheita avança, mas com rendimento abaixo do potencial. Piracicaba, jun. 2025. Disponível em: <https://www.cepea.esalq.usp.br/br/cafe-cepea/cafe-cepea-colheita-avanca-mas-com-rendimento-abaixo-do-potencial.aspx>. Acesso em: 22 jun. 2025.
CEPEA – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada. Café CEPEA: preço médio do arábica é o maior desde fev/22, mas avanço da colheita pressiona valores. Piracicaba, jun. 2025. Disponível em: <https://www.cepea.esalq.usp.br/br/cafe-cepea/cafe-cepea-preco-medio-do-arabica-e-o-maior-desde-fev-22.aspx>. Acesso em: 22 jun. 2025.