ADECA NEWS - ABRIL/2025

Novas tarifas prejudicam exportações de suco de laranja e carne bovina para os EUA – 06/04/2025

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) alerta para os impactos das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Com a implementação de uma alíquota adicional de 10% sobre importações do Brasil, o suco de laranja e a carne bovina são os produtos mais afetados, com taxas de 15,9% e 43%, respectivamente.

 

Em 2024, os Estados Unidos foram o terceiro principal destino das exportações do agronegócio brasileiro, totalizando US$12,1 bilhões (CNA, 2025). Contudo, segundo as estimativas de impacto da CNA, este aumento na taxação de produtos brasileiros pode reduzir as exportações do suco de laranja de 1 bilhão para 261 milhões de litros, enquanto a carne bovina pode enfrentar uma queda de 73 mil para 45 mil toneladas nas exportações para os EUA.

 

A entidade enfatiza, ainda, a importância de negociações diplomáticas para mitigar os efeitos dessas medidas e destaca que o Brasil ainda mantém condições mais favoráveis em comparação a outros mercados, como a União Europeia e China – os quais enfrentam tarifas ainda mais elevadas. Desse modo, reforça-se a necessidade do país em haver maior diversificação de mercados e promoção de acordos que ampliem o acesso dos produtos brasileiros no cenário internacional.

Fonte:

 

EXAME. Exportações de suco de laranja e carne bovina do Brasil para os EUA podem cair com tarifa, diz CNA. 2025. Disponível em: <https://exame.com/agro/exportacoes-de-suco-de-laranja-e-carne-bovina-do-brasil-para-os-eua-podem-cair-com-tarifa-diz-cna>.


CNA. Nota técnica Nº 06/2025. 2025. Disponível em: <https://cnabrasil.org.br/storage/arquivos/pdf/Dri.nt-06-Tarifas-EUA-2025.03abr2025.vf.pdf>.

PIB do agronegócio fecha 2024 com crescimento de 1,81%  – 09/04/2025

Conforme dados divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio registrou um crescimento de 1,81% em 2024, revertendo a tendência de queda observada nos trimestres anteriores. Esse resultado foi impulsionado por um desempenho expressivo no quarto trimestre, o qual apresentou uma alta de 4,48% em relação ao trimestre anterior.

 

Dentre os fatores que explicam este aumento no último trimestre do ano, pode-se destacar o aumento dos preços reais no período, resultando na elevação dos valores brutos de produção. Desse modo, o PIB do agronegócio atingiu R$2,72 trilhões em 2024 – representando 23,2% da economia brasileira, pouco abaixo dos 23,5% registrados em 2023. A figura 1 abaixo permite visualizar a contribuição de cada segmento do agronegócio para o PIB do setor, destacando-se o expressivo crescimento do ramo pecuário.

PIB do agronegócio.png

   

Figura 1: PIB do agronegócio  (em milhões de reais e valores deflacionados pelo deflator implícito do PIB).
Fonte: Cepea e CNA, 2025.

Tais resultados foram impulsionados, principalmente, pela recuperação do café arábica, que voltou a ganhar espaço nos mercados internacionais, além de uma crescente demanda por cafés especiais e solúveis. Ademais, os principais países compradores continuam sendo EUA, Alemanha, Itália e Japão, mas o Brasil tem conquistado espaço em mercados emergentes como China, Rússia e Turquia.

 

Mesmo com uma leve retração no volume exportado em Abril, o acumulado da safra permanece sólido, e as expectativas para os próximos meses indicam manutenção da competitividade do produto brasileiro. De acordo com o presidente da Cecafé, Márcio Ferreira, as cotações devem seguir favoráveis e remuneradoras aos produtores, em que o Brasil caminha para um aumento de produção a partir de 2026, permitindo que país mantenha ou amplie market share a preços mais justos a todos os players e, consequentemente, mais competitivos para a indústria brasileira.

Fonte:

 

CNA. Desempenho do quarto trimestre reverte a tendência de queda anual, e PIB do Agronegócio avança 1,81% em 2024. 2025. Disponível em: <https://www.cnabrasil.org.br/publicacoes/desempenho-do-quarto-trimestre-reverte-a-tendencia-de-queda-anual-e-pib-do-agronegocio-avanca-1-81-em-2024>.

Guerra comercial entre EUA e China pode favorecer o agro brasileiro – 14/04/2025

A recente intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China gerou oportunidades significativas para o agronegócio brasileiro. “Washington taxou a China em 145%, enquanto Pequim taxou os EUA em 125%” (CNN, 2025). A partir destas tarifas, a China tem buscado diversificar seus fornecedores, voltando-se para o Brasil como uma alternativa estável para suprir suas necessidades de importação, principalmente de soja e carne bovina.


A partir desta nova configuração do comércio internacional, o Brasil pode se posicionar como um parceiro confiável e competitivo no fornecimento de commodities agrícolas. Segundo publicação do jornal Financial Times (2025), as exportações de carne bovina para a China cresceram aproximadamente um terço no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2024.


O aumento da demanda por produtos brasileiros tem impulsionado as exportações, fortalecendo a balança comercial do país. Desse modo, a consolidação do Brasil como fornecedor-chave, tanto para a China quanto União Europeia – a qual também elabora tarifas adicionais aos produtos norte-americanos – pode ter efeitos duradouros, mesmo após a resolução das tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.


Conforme publicação da CNN (2025), a forte demanda internacional também impulsionou os preços da soja brasileira, que passou a ser negociada com um prêmio de US$ 1,15 em relação ao produto dos EUA nos mercados globais. Desse modo, é de suma importância que o Brasil continue investindo em infraestrutura, tecnologia e sustentabilidade para manter sua competitividade e atender às exigências do mercado internacional

Fonte:

 

RPANEWS. EMPRESA REVOLUCIONA SETOR CANAVIEIRO COM IA, ROBÓTICA E MAIOR BANCO DE DADOS DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS DO MUNDO. Disponível em: <https://revistarpanews.com.br/empresa-revoluciona-setor-canavieiro-com-ia-robotica-e-maior-banco-de-dados-de-maquinas-agricolas-do-mundo/>. Acesso em: 22 mai. 2022.

Itaú BBA projeta retomada nas vendas de Máquinas Agrícolas na Agrishow 2025 – 17/04/2025

O Itaú BBA apresentou uma projeção otimista para o setor de máquinas agrícolas no contexto da Agrishow 2025. Mesmo com a indefinição do Plano Safra 25/26 e em um cenário macroeconômico desafiador, a Agrishow – maior feira de tecnologia agrícola da América Latina – anunciou R$15 bilhões em intenções de negócios para 2025, representando um aumento de 10,2% em relação ao ano anterior (NOTÍCIAS AGRÍCOLAS, 2025).


Desse modo, o evento deverá ser um ponto de inflexão para a retomada das vendas, após dois anos de retração – devido a fatores econômicos e incertezas no mercado. Segundo a instituição financeira, a projeção baseia-se na melhoria do ambiente macroeconômico e na confiança dos produtores em uma boa safra, que devem intensificar seus investimentos na modernização e na aquisição de novos equipamentos.


A Abimaq estima um crescimento de 8,2% nas vendas de máquinas agrícolas em 2025 (NOTÍCIAS AGRÍCOLAS, 2025), em um cenário favorecido por melhores condições de financiamento e um cenário global de retomada econômica. Sendo assim, pode-se destacar a Agrishow como um espaço de inovação e troca de informações, onde produtores, fabricantes e instituições financeiras se reúnem para discutir tendências, novos produtos e estratégias para alavancar a venda de maquinários

Fonte:

 

NOTÍCIAS AGRÍCOLAS. Agrishow 2025: Itaú BBA projeta retomada nas vendas de máquinas agrícolas. 2025. Disponível em: <https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/agronegocio/398813-agrishow-2025-itau-bba-projeta-retomada-nas-vendas-de-maquinas-agricolas.html>

Mercado do Boi Gordo: preços altos se mantêm – 17/04/2025

Desde a última semana de março, o mercado do boi gordo no Brasil apresenta estabilidade nos preços, influenciado por uma oferta limitada de animais para abate e uma demanda consistente, especialmente no mercado externo. Segundo dados do Cepea de 17 de abril de 2025, a arroba do boi está cotada em R$326,65, com uma variação de 2,24% em relação ao mês anterior.


Esta restrição na oferta pode ser atribuída a diversos fatores, como condições climáticas adversas – secas e queimadas – e o próprio ciclo da produção pecuária, o qual passa por uma fase de menor oferta, resultando no aumento dos preços. Ademais, outro fator a ser considerado é a desvalorização do real frente ao dólar, ocasionando um acréscimo dos custos de produção e o consequente aumento do preço ao consumidor final.


Paralelamente, as exportações de carne bovina, impulsionadas pela alta demanda externa, também contribuem para a manutenção dos preços elevados. Tal fato corrobora para a diminuição da oferta no mercado interno e a estabilidade dos preços, fazendo com que os consumidores busquem por produtos alternativos como a carne suína, de frango e a própria tilápia, conforme levantamentos do Cepea.


Sendo assim, o cenário atual exige atenção por parte dos produtores, os quais devem monitorar as tendências e ajustar suas estratégias de comercialização a fim de aproveitar as melhores oportunidades de mercado

Fonte:

 

CEPEA. BOI/CEPEA: OFERTA LIMITADA E DEMANDA FIRME SUSTENTAM PREÇOS. 2025. Diponível em: <https://www.cepea.org.br/br/diarias-de-mercado/boi-cepea-oferta-limitada-e-demanda-controlada-sustentam-precos.aspx>.

Algodão: indicador alcança maior patamar desde março de 2024 – 16/04/2025

No mês de abril, o mercado brasileiro de algodão em pluma registrou uma valorização significativa. Segundo dados do Cepea, o indicador, com pagamento em 8 dias, atingiu R$ 4,2785 por libra-peso no dia 14 deste mês, o maior valor nominal desde 4 de março de 2024. A partir de valores parciais do mês, o indicador acumula alta de 1,47%.


Dentre os principais fatores relacionados a este movimento de alta, destacam-se os compradores com necessidades específicas e a valorização do dólar. Desse modo, uma parcela do mercado consumidor interno – a qual exige uma qualidade superior da pluma – está disposta a pagar valores mais elevados, contribuindo para a valorização dos preços.


Outrossim, a alta da moeda norte-americana impacta diretamente no mercado interno, visto que as exportações se tornam uma alternativa mais lucrativa aos produtores. Este incentivo à venda do algodão ao mercado internacional contribui para a redução da oferta no mercado interno e o consequente aumento dos preços.


Desse modo, a menor disponibilidade de pluma, aliada à postura cautelosa dos agentes envolvidos nas negociações – tanto com relação ao preço quanto à qualidade dos lotes – têm contribuído para a sustentação dos preços em patamares elevados

Fonte:

 

CEPEA. ALGODÃO/CEPEA: INDICADOR ATINGE MAIOR PATAMAR NOMINAL DESDE MAR/24. 2025. Disponível em: <https://www.cepea.org.br/br/diarias-de-mercado/algodao-cepea-indicador-atinge-maior-patamar-nominal-desde-mar-24.aspx>.

    

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